quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Liberdade

Caros leitores,

Hoje venho fazer a resenha de um livro que acabo de teminar. "Liberdade" de Jonathan Franzen, é um livro
que, apesar deste título, fala das inúmeras formas de amar, de ser amado, de tentar amar, de saber que ama, de não saber. Testa o tempo todo nosso conceito de liberdade e aonde esse desejo pode nos levar. Além disso, é uma profunda crítica a sociedade americana atual.

O livro começa um pouco confuso, com tantas informações e nomes ao mesmo tempo, que é preciso parar e voltar de vez em quando. Confesso que as primeiras cem páginas do total de seiscentas, foram bem difíceis. Geralmente logo que pego um livro, se me interesso de cara o devoro em poucos dias. As primeiras páginas deste romance foram bem complicadas e me davam um sono absurdo, tanto que demorei alguns dias pra chegar à pagina 100. Mas, de repente, quando você não espera, se vê envolvido nos dramas das personagens que aos poucos vão sendo esmiuçadas com maestria pelo autor, querendo voltar pra o livro sempre que possível.

A história é contada de várias formas, pela visão de todos que estão envolvidos. Patty, uma ex-atleta de basquete, casada com Walter, descendente de suecos com uma benevolência ímpar, melhor amigo de Richard, músico que alça os vôos da fama ao mesmo tempo que foge dela. Os três se conhecem no final da década de 70 na Universidade de Minessota, quando Patty ainda é uma estrela nas quadras, Walter um estudante de direito esquisitão e Richard o garanhão incorrigível, com seu rock e seu jeito grosseiro. Suas vidas a partir de então se entrelaçam em romances, amizade, lealdade e também traições, delineando o destino de cada um deles de forma peculiar.

No começo do século XXI, o conceito de liberdade as vezes pode ser confundido, ele próprio, com fuga de problemas e ainda maior aprisionamento. O autor desenrola pouco a pouco o drama familiar do casal que se conhecera na faculdade, os erros deles próprios, de seus pais e de seus filhos. Aos poucos vamos conhecendo melhor as características de cada um deles, mesmo aquelas que mais gostariam de esconder ou evitar. É um drama da sociedade moderna, da pressão sobre rótulos e conquistas, da omissão em relação aos outros e ao próprio planeta e onde queremos chegar buscando sempre mais e mais.

É um romance denso, que vai te levar aos caminhos tortuosos da psique de cidadãos que poderiam muito bem ser eu ou você, fazendo com que nós mesmos possamos repensar nossos caminhos e motivações. Não é um livro simples e nem fácil, muitas vezes confuso e com mensagens subliminares, mas pode ser um título a agregar à sua vida simplesmente por nos fazer questionar o conceito de liberdade, as formas infinitas de amor, fidelidade e lealdade. É uma história que mostra, sem rodeios ou meias palavras, como podemos ser tantos em um só, e como as vezes fugimos de nós mesmos em busca de uma liberdade que não existe.

Leia e aventure-se! Até a próxima.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Especial de Carnaval


Opa! O Carnaval está chegando e muita gente nao decidiu ainda o que fazer. Bom, ainda bem que só tem uma vez por ano, porque dois ninguém ia aguentar... Resolvi falar de duas cidades onde passei, talvez possa te ajudar a escolher!

Sendo assim, vamos lá:

Rio de Janeiro


A cidade maravilhosa tem um carnaval esplêndido, de longe um dos que mais me diverti. No Rio o que é bacana são os blocos de rua. Tem desde os enormes do tipo Cordão do Bola Preta em que você vai andando pela cidade junto com mais 2 milhões de pessoas (tradicionalíssimo, mas é muito lotado então não recomendo), o Bangalafumenga, o Sargento Pimenta (inspirado nas músicas dos Beatles) e o Orquestra Voadora que também são imensos e no Aterro, outros grandes no Leblon (Corre atrás é um dos mais conhecidos) até os bloquinhos menores de bairro, no Humaitá, Jardim Botânico, Baixo Gávea (os melhores, o "Me beija que sou cineasta da quarta-feira de cinzas é top) com menos pessoas e músicas mais tradicionais. Nessa época do ano sempre sai um app para android e iphone com todos os bloquinhos, horários de saída, localização e etc.

Em relação à estadia, eu prefiro ficar no Flamengo ou Botafogo. Copacabana vira um mar de gente e acaba sendo muito caro por ser perto da praia, mas sinceramente, praia mesmo você não vai ver, até porque fica muito cheio e sujo, portanto difícil curtir assim. Flamengo e Botafogo são super bem localizados, perto de metrô e fácil acesso, além do que, se ficar no Flamengo vai poder ir a pé nos blocos grandes que ficam no aterro, facilitando muito a ida e a volta. Aproveite e dê uma paradinha no Belmonte pra comer o melhor pastel de camarão com catupiry ever!

Fantasia não é obrigatório, mas
certamente é mais legal!
Você vai passar o dia inteiro de bloco em bloco e o legal do Rio é que todo mundo sai às ruas
fantasiado. Isso mesmo! Nem que seja só um enfeite na cabeça ou uma máscara de carnaval veneziano, as ruas são tomadas por foliões de todas as idades com fantasias das mais divertidas (cheguei a ver cachorros e gatos fantasiados também..). Teve um ano que eu fui de marinheira, mas pra ser sincera, a quantidade de roupa era muita pro sol e calor que fazia lá. Por isso no segundo dia já coloquei um biquíni embaixo e ficava só com a saia do vestido na maior parte do tempo. No ano passado fui de Policial e usar o cap ajudou muito a me proteger do sol, como fez um pouco menos de calor, ficar com a roupa inteira foi tranquilo.

O importante é entrar no clima. Nem preciso dizer que o fato de andar pra cima e pra baixo o dia todo requer um sapato confortável, de preferência um tênis ou sapatilha que você não goste mais tanto, pra bater mesmo!! Se você for à Sapucaí, até dá pra encarar um saltinho, mas é complicado também porque você tem que andar bastante até chegar a entrada (principalmente se for o acesso aos camarotes e às frisas) no meio da favela que tem um terreno não muito convidativo. Além disso, o transporte basicamente será feito de ônibus, metrô ou a pé mesmo. A cidade fica o caos de trânsito e andar de carro durante o dia é ruim e de táxi pode ficar caro já que vai ficar um bom tempo parado.

Só um detalhe, NÃO recomendo ir à Lapa. Apesar de ultra tradicional, fica lotada de gente bizarra, muito fedido e cheio de lixo, bares caros e sem estrutura pra tanta gente e segurança comprometida. Se você quiser um tempo do carnaval tradicional, no Rio também com certeza terá opções alternativas, como Fatboy Slim e outras atrações de eletrônico..todo ano tem alguma coisa diferente. Tem também várias festas legais a noite como o "Fica Comigo", "Zé pretim" e "M.I.S.S.A".

O que eu gosto do Rio também é que você pode ficar mais tranquilo se quiser. De qualquer forma, como falei, nessa época do ano é muito ruim pegar praia no Leblon, Ipanema, Copacabana (lotado e muito sujo), portanto se quiser ficar mais tranquilo um dia, vá para a Barra, ali no Pepê, ou ainda pro Recreio e Joatinga. Lá você pode descansar e aproveitar a praia numa boa. 

Diamantina


Os tradicionais carnavais de rua de Minas Gerais acontecem principalmente em Ouro Preto e Diamantina. Ouro Preto tem os blocos que saem pela cidade e em Diamantina há uma praça principal no mercado velho onde são montadas as estruturas para que os blocos da cidade se apresentem. O detalhe é que lá há infinitas subidas e descidas, é muito cansativo! Mais do que apenas uma sapatilha, o ideal é ter um tênis mesmo para não cansar muito, até porque boa parte da ruas são forradas de paralelepípedos, então se chover, além de tudo fica escorregadio.

Diamantina é longe, mas muito divertido!
Lá você não precisa comprar o abadá para curtir as apresentações, mas os blocos tem tanto pista (com
6 horas de open bar) quanto o camarote (10 horas de open bar). Os blocos são nas ruas mesmo e muito pouca gente vai fantasiada (exceto alguns apetrechos aqui e ali), a menos que seja um bloco específico disso. Apesar de ser mais tranquilo que Salvador, também não dê sopa com celular e dinheiro.

Em Diamantina foi muito tranquilo, levei uma bolsinha pequena a tiracolo e me senti segura o tempo todo. Comprei o camarote só porque tinha banheiro (lá tem alguns lugares com banheiro que você paga pra usar, mas o do camarote estava sempre limpo e com papel higiênico) e também lugar pra sentar. O camarote, como eu disse, também tem 10 horas de open bar, mas eu achei desnecessário no meu caso, considerando que não bebia nada do que eles serviam. Tomava uma caipirinha com leite condensado da barraquinha de um cara que era o capeta! Ah, que dias bons..rs..

Achei o carnaval de lá muito divertido e engraçado, não vi brigas... há dois grupos tradicionais de lá que se apresentam todos os dias. Você pode ficar em pousadas ou repúblicas no centro, pertinho de onde é feita a festa, mas eu particularmente não recomendo. Você vai andar menos, mas em compensação também não vai dormir. A música é praticamente non stop! Quando parar a música de carnaval você ficará escutando a música eletrônica pesadíssima do Bar do Titi, onde o pessoal vai pro after (se for, recomendo ir de óculos escuros porque o negócio lá é feio! rs). Como eu já to numa certa idade hahaha, resolvi pegar um hotel, que era mais longe e tal, mas pelo menos a hora que eu quisesse tinha sossego.

A cidade é muito longe, são quase 900km de São Paulo. Você pode ir de ônibus daqui ou pegar um avião até Belo Horizonte e de lá ir de ônibus. Recomendo muito essa segunda opção, porque ônibus direto de São Paulo são umas 15 horas, e boa parte deles é open bar na ida. Jesus!! É cansativo. De qualquer forma, é um carnaval muito animado, vale a pena!!

Bom carnaval!!!!!

Até a próxima.