
Hoje venho fazer a resenha de um livro que acabo de teminar. "Liberdade" de Jonathan Franzen, é um livro
que, apesar deste título, fala das inúmeras formas de amar, de ser amado, de tentar amar, de saber que ama, de não saber. Testa o tempo todo nosso conceito de liberdade e aonde esse desejo pode nos levar. Além disso, é uma profunda crítica a sociedade americana atual.
O livro começa um pouco confuso, com tantas informações e nomes ao mesmo tempo, que é preciso parar e voltar de vez em quando. Confesso que as primeiras cem páginas do total de seiscentas, foram bem difíceis. Geralmente logo que pego um livro, se me interesso de cara o devoro em poucos dias. As primeiras páginas deste romance foram bem complicadas e me davam um sono absurdo, tanto que demorei alguns dias pra chegar à pagina 100. Mas, de repente, quando você não espera, se vê envolvido nos dramas das personagens que aos poucos vão sendo esmiuçadas com maestria pelo autor, querendo voltar pra o livro sempre que possível.
A história é contada de várias formas, pela visão de todos que estão envolvidos. Patty, uma ex-atleta de basquete, casada com Walter, descendente de suecos com uma benevolência ímpar, melhor amigo de Richard, músico que alça os vôos da fama ao mesmo tempo que foge dela. Os três se conhecem no final da década de 70 na Universidade de Minessota, quando Patty ainda é uma estrela nas quadras, Walter um estudante de direito esquisitão e Richard o garanhão incorrigível, com seu rock e seu jeito grosseiro. Suas vidas a partir de então se entrelaçam em romances, amizade, lealdade e também traições, delineando o destino de cada um deles de forma peculiar.
No começo do século XXI, o conceito de liberdade as vezes pode ser confundido, ele próprio, com fuga de problemas e ainda maior aprisionamento. O autor desenrola pouco a pouco o drama familiar do casal que se conhecera na faculdade, os erros deles próprios, de seus pais e de seus filhos. Aos poucos vamos conhecendo melhor as características de cada um deles, mesmo aquelas que mais gostariam de esconder ou evitar. É um drama da sociedade moderna, da pressão sobre rótulos e conquistas, da omissão em relação aos outros e ao próprio planeta e onde queremos chegar buscando sempre mais e mais.
É um romance denso, que vai te levar aos caminhos tortuosos da psique de cidadãos que poderiam muito bem ser eu ou você, fazendo com que nós mesmos possamos repensar nossos caminhos e motivações. Não é um livro simples e nem fácil, muitas vezes confuso e com mensagens subliminares, mas pode ser um título a agregar à sua vida simplesmente por nos fazer questionar o conceito de liberdade, as formas infinitas de amor, fidelidade e lealdade. É uma história que mostra, sem rodeios ou meias palavras, como podemos ser tantos em um só, e como as vezes fugimos de nós mesmos em busca de uma liberdade que não existe.
Leia e aventure-se! Até a próxima.
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